Houve uma altura - há muito, muito tempo - em que eu fui a Paris.
E gostei.
Deu para passar muito tempo com os meus colegas lusófonos, e também com uma pobre peruana solitária chamada Maria.
Como era uma visita de estudo, não fui grande turista.
Quer dizer, era o dia todo a ver conjuntos de habitação social dos anos 50, quarteirões de cooperativas de habitação dos ínicios do mesmo século, experiências e competição na indústria da habitação dos anos 70, as mutações sociais e as estratégias de habitação, habitação, habitação, habitação...
Por isso - não, não vi a Mona Lisa, mas aprendi muitas coisas sobre a história da habitação social em França, das quais metade já se me varreu.
Lá para o fim tivemos uma visita guiada às bordas da commune* de Paris, onde ouvimos o Prof. Uli Seher a falar sobre as mudanças de atitude na relação com as communes vizinhas e nos planos futuros para a circunvalação lá do sítio.
E, no mesmo dia à noite fui ter com os meus queridos avecs parisienses! Tuga power!
Só me arrependo de não ter tirado fotografias...
*commune— é uma entidade quase equivalente ao nosso concelho, normalmente mais pequeno. O département tem mais importância administrativa em França do que o distrito em Portugal.
Dia 1
A manhã começa com um pouco de Piano...
...depois uma cena de dança brutalista...
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Centre National de la Danse |
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A figura humana |
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Enamorei-me deste corrimão... A sensualidade da madeira maciça... |
...seguida de um pequeno interlúdio...
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A caminho de La Villette... |
...e terminando numa nota explosiva pelo mestre Portzamparc.
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Na Cité de la Musique |
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No parque de La Villette |
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Mega-cenas no parque de La Villette |
A tarde foi preenchida com habitação social no périphérique.
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Oh, meu Deus, as chaminés! |
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Lacaton & Vassal |
Dia 2
A manhã foi muito bem passada no bairro de Meudon-la-forêt, a Sul de Paris toda a área obedece a um plano de 1959 pelo arquitecto Fernand Pouillon.
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A igreja é muito interessante. |
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Entra-se por um dos cantos da planta quadrada. |
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E orienta-se segundo a diagonal. |
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A superfície hiperbolóide do tecto sobe vertiginosamente na direcção do altar... |
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...enquanto mantém uma escala quase doméstica na porta dos mortais. |
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Aqui, o primeiro sector ser construído, ainda por Pouillon. |
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A nova mediateca tem alguns aspectos interessantes... |
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...mas no geral é fraquinha. Nem vos mostro o interior. |
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Ao contrário da igreja, que mereceu uma segunda visita. |
De tarde passámos por um bairro do Auzelle—Cité de la Plaine—, onde havia uma linda biblioteca infantil. É pena que estava fechada...
A cidade-jardim de "la Butte Rouge" (anos 20—anos 60) é um charme.
Mas já chega de cor-de-rosa.
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O mesmo arquitecto desta casa projectou todo o sector onde eu estudo em Toulouse, e desenhou o edifício da Universidade, nos idos anos 60. |
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E, ao lado, as "Maisons Prouvé" |
Dia 3
Epá, já estou cansado de escrever. Vimos muita coisa dentro de Paris, nesta manhã.
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Deste Portzamparc já gosto um pouco mais. |
E ei-la...
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As clarabóias são lindas! |
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Passei 10 minutos a namorar esta porta. |
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Fachadas prefabricadas com 30 anos de idade...
Até estão bem conservadas |
No fim do dia, de volta a Paris...
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Este cafezinho era demais. Bom preço, bom ambiente. Jogos de mesa à disposição de todos. |
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Nossa Senhora de Paris
(caso não conheçam) |
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O Centro Georges Pompidou (caso não conheçam também) |
Dia 4
Fomos à zona onde as novas políticas de ligação entre as
communes da Grande Paris se começam a sentir, pelo meio dos vestígios das realidades anteriores.
E, na tarde livre, o que se faz? Vai-se a um museu de Arquitectura, é claro!
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Na Cité de l'Architecture, maquetes à escala real.
Até tem um apartamento da Unidade de Habitação de Marselha! |
E sobe-se ao Arco do Triunfo...
...para tirar as últimas fotos.
Et voilà, é tudo.